quarta-feira, 31 de julho de 2013

Entre mundos

Sandman (o Morfeu de Neil Gaiman)
Sem sair do lugar é possível viajar. Mergulhar no mar do inconsciente e emergir em uma praia etérea em alguma ilha no Sonhar.
Os olhos abertos são a ponte entre o Real e o imaginado. São como âncoras impedindo que a nau fique à deriva.
Tenha consciência de que nada é concreto e feche os olhos. Permita-se ser levado por mares revoltos e correntezas. É tudo passageiro. O pior que pode acontecer é você cair no sono.
Nesse mundo virtual há apenas um rei. Procure-o nos confins desse sonho lúcido e o encontrará no fundo de um lago ou em um espelho na parede. Conhece-te a ti mesmo.
As coisas todas têm múltiplos significados. Alguns só são compreendidos quando vistos por um determinado viés poucas vezes acessível pela razão. As interpretações podem ser válidas no Sonhar e no Real, ou válidas somente em um desses mundos. Mas nada é desprezível. Tudo se transforma em autoconhecimento, de forma que quando você retornar da sua expedição, alguma coisa trará consigo.
Muitos afirmam que não têm tempo para isso, pois têm uma vida muito corrida, cheia de responsabilidades e obrigações, não tendo tempo para bobagens. No entanto, quantos desses não perdem horas preciosas de seus dias compartilhando besteiras no facebook, destruindo balinhas no Candy Crush, ou (o pior) assistindo Big Brother na TV.
Essas pessoas serão as primeiras a te chamar de louco ou de idiota. Não as culpe, pois elas apenas estão bastante integradas à realidade, pouco atentas aos seus próprios anseios e necessidades. 
Aproveite o conhecimento adquirido e reverta-o em produtividade, pois o Real precisa ser modificado. A realidade está contaminada por sonhos de consumo, delírios de beleza, utopias profissionais, tudo nos afastando do que é essencial (do que nos faz humanos), e das coisas simples e fantásticas do mundo.
Pare por alguns minutos e pense na vida que se leva. No que é importante e no que é supérfluo para você. Livre-se da bagagem desnecessária e siga viagem.

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